O desafio da cumplicidade


Este texto escrevi para o Jornal SP- Semana Popular, que ficou apenas um ano na praça. Foi uma grande experiência para todos nós, e como companheiros desta empreitada cito aqui,o Jornalista Marco Damiani, e alguns colegas colunistas conhecidos como Carlos Brickmann, Orlando Duarte, Marcelo Motta, José Luiz Lima, Caio Silveira, e tantos mais. Repasso alguns textos e darei a referência apenas do Jornal SP - Semana Popular nos próximos.

Muitos se separaram aos 25/30 anos de casados. Que pena!
Estes casais não aceitam que as relações se desgastam, principalmente na cama.

Afinal, para transar com o mesmo homem ou com a mesma mulher durante todo este tempo, é preciso ser no mínimo genial! No entanto, voltemos às crenças e costumes impregnados em nós desde sempre. As obrigações...

Quem foi que disse que uma relação a dois precisa ter sexo contínuo e cheio de entusiasmo depois de muito tempo?

Alguns casais com anos de casados, para "fazer amor", necessitam da pílula azul, de filme de sacanagem, ou ainda que sua parceira coloque uma langerie diferente, bonita, que sacie a sua fantasia para que ele possa se "entusiasmar". Funcionar! Isto é ridículo e forçado.

A mulher, por sua vez, pode detestar esses filmes.
Ela também pode não estar mais a fim de fazer tudo isto para ele, com ele.
Desfilar de lingerie para o marido depois de 30 anos de casada, é o ó! Ufa! Sem contar que muitas vezes durante o dia, os dois tiveram momentos pesados para dividir. Também houve um certo mau-humor, uma palavra ríspida, que serve de impedimento para ela (geralmente a mulher se recente disso, mais que o homem) e isto causa nela, uma trava para que a noite, nada aconteça entre os dois. Aparece aí a bendita e famosa "dor de cabeça". Ou seja, isto pode atrapalhar no prazer da mulher, no seu gozo. E pior, pode durar mais de um dia... Pergunto então, para quê esta transa?

Viver a dois é difícil, e há muita separação porque o sexo acabou. Bobagem!
Eles se gostam, têm bens de família, filhos, netos, e não percebem que depois de cumprirem todas as fases iniciais da vida e das conquistas a dois, podem sim, não terem mais tesão um pelo outro. Daí para frente, é tudo bonito, em paz, pois vem aí a cumplicidade que foi trabalhada todo esse tempo de vida juntos. Aquela chegada do conforto a dois, do cuidado de um para o outro, da liberdade, da confiança depositada no outro.

Nesta fase, é chegada a hora que cada um pode fazer o seu programa com amigos, sem que o outro se chateie, persiga, desconfie.

A vida do casal termina como ela começa, a dois, porém estruturada.
Acreditem, é possível viver sem sexo com seu marido. A vida nos reserva emoções que ainda virão depois de tudo que vivemos juntos na fase de homem e mulher. Mas é preciso fazer a sua cabeça. São desafios.

Comentários

  1. Con é melhor,ser a mulher BOMBA do quer ser uma BOMBA DE MULHERAI AI UUiiiii!!!

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  2. Bom, o momento não é dos melhores para falar a respeito de casamento, mas vou tentar ser racional. O fato é que não paramos para pensar que o casamento é conviver com uma pessoa que pertence a outra família que possui outros hábitos e valores. Mas a paixão não nos permite a pensar assim, camuflamos nossos defeitos e prosseguimos atendendo tudo aquilo que garantirá o futuro da relação. Mas Freud nos diz que a paixão tem prazo de 2 anos de duração. Quando chegamos lá, os defeitos já estão aparentes e a relação sofre mudanças drásticas. Os casais maduros superam aceitando o outro exatamente como ele é. Isso não é tão comum assim. Precisa-se ter muita maturidade para entender que a relação pode ir muito além das noites tórridas. O medidor de um casamento é quando o silêncio é confortável. Ter auto-conhecimento e a noção do valor da vida são prepoderantes para que a relação prossiga. Tem que superar a ansiedade de conviver com a nossa finitude e abrir mão da efemeridade das emoções. A ilusão de que o mundo nos espera do lado de fora com tudo que um dia vivemos é que ainda uma grande ilusão. Ao chegarmos lá fora, o que passou não existe mais e sim um novo mundo que em muitas vezes não nos pertence mais. Aí só nos resta torcer para possamos encontrar um outro alguém e começar tudo de novooooooo...

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  3. Sabe Con

    Nunca fui casada, mas a base de todos meus relacionamentos sempre foi a amizade/cumplicidade/sinceridade. E a leitura do ser cúmplice não carrega o peso do que faz parte de um delito.Mas sim do que sabe que o viver a 2 traz toda a intensidade das cores de uma paleta de pintor, utiliza-se também da luz e sombra e sabe entender os suaves matizes e contornos na penumbra.

    Quanto ao sexo, talvez por não viver sob o mesmo teto, ele nunca foi um problema, nem existiu desgaste. As vezes, apenas momentos de algum desinteresse, que foi solucionado com conversas francas, sem subterfúgios.

    Aceitar ao outro com todas as suas diferenças é um exercício diário, algumas vezes cansativo, eu diria. E só somos reprovados nesse caminhar, se apenas 1 trabalha por essa relação.

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  4. Que bom ter vc aqui minha lindona!
    Isto me faz muito feliz.
    Adorei seu comentário, e que inveja de vc me deu lendo o que me escreve! RSRSRSR Nunca foi casada, até aí... Sei, não, adoro casar, sempre gostei, agora depois de velha, adoro morar separada... O ideal é cada um na sua casa... Pode ser no mesmo prédio, no mesmo quarteirão, mas cada um no seu buraco, na sua toca. Isto faz exatamente o que vc contou... O suave encontro entre duas pessoas. O Não ter o desgaste diário. O encontro é somente para os momentos certos, ainda que sejam para cumprir o papel social.

    Isto deve ser the best! Um dia ainda viverei esta experiência.

    Enfim, tudo que vc disse é verdade.
    A dois, sempre as coisa têm que funcionar quando se olha para o mesmo ponto, e nem sempre para dentro dos olhos do outro.

    Bjão, volte sempre.

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  5. Con:
    Para ilustrar seus últimos blogs,como trilha sonora de um DJ,ouça "Blue Magic-SideShow"e"Jimmy Helms-I`m gonna make you an offer you can`t refuse".YouTube.
    Günther.

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  6. Puxa vida, já vi que ficaria por aqui um montão de horas.
    Mas eu vou voltar para ver mais.
    Por hora, tenho que dizer que o texto é perfeito, porém dá ainda para desfilar de lingerie, provocar tesão, dá para sentir prazer, e muito. Até porque hoje sim, dá para sentir prazer, a impressão que tenho, é que antes não foi tão bom.
    Dá para convidar o marido em plena luz do dia, para fazer amor.
    A qualquer hora, basta dar uma vontadinha.
    Bem, o que disse à você aqui, é unicamente a minha experiência, depois de trinta e dois anos de casamento.
    Não sei se será assim aos trinta e três, mas hoje está deliciosamente divertido.
    Um beijo

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  7. Aninha, que surpresa mais gostosa! Vc fala à vontadem pensa como eu. As experiências, todas elas, são super maravilhosas e válidas. Seja com uma pessoa só. Seja com nosso marido, namorado, amado, amante, amigo. Eu casei mais vezes do que vc. Mas a escrita vc sabe que é livre, nem sempre depende da experiência, mas sim da imaginação, dos sonhos, da vontade, de tanta coisa. É livre escrever.

    Mas aqui, vc vai saber muito de mim.

    Um beijo querida e seja feliz, sempre!

    CON

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  8. É difícil discordar dos seus pontos de vista, Conceição, principalmente depois de ler o post e os comentários de seus visitantes e de si própria, que complementam magistralmente o conteúdo, o foco do que acabou por se tornar uma linda roda de opiniões, diria mesmo, perfeitamente convergentes.

    Parabéns pelo texto e por ter atiçado interesse pelo assunto, muito atual e pouco visto ou apresentado na mídia em geral.

    Abraços, papagoiabenses.

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